Estes são os catraios, no Brasil chamado em algumas regiões
de Catraia, na travessia entre Santos e Guarujá estão já algum tempo operando
com a população. Interage mais com a cidade e menos com o município.
No passado para longas distancias já teve velas e forquetes
para remos, a muito tempo quando o Mercado Municipal de Santos era do outro
lado da bacia do mercado, mais próximo da maré e mesmo antes da bacia e canal
de cantaria ser construído os Catraieros apoitavam e faziam negócio naquele
local.
Antes da motorização o timoneiro escolhia e definia quem ele
levaria em cada viagem de travessia... não podia ser somente mulheres e
crianças pois os próprios passageiros é que remavam a comando do patrão. Outro
detalhe interessante é que um passageiro era escolhido para recolher o
pagamento das passagens de todos passageiros, o escolhido não pagava a passagem.
Quando a cidade de Santos começou a crescer, era em baliçada
e se resumia na área entre o pé do morro São Bento, o Outeiro SC, um antigo
convento registrado por Calixto e o pé do monte Serrat, a pequena vila não
comportava os primeiros habitantes, os novos trabalhadores que vinham de longe
e suas famílias. Foi um período de muita dor e muitos óbitos devido condições
sanitárias inadequadas. Este cenário deu origem ao que chegaram a chamar de
cidade dormitório, uma vila do outro lado do canal do estuário junto a estação
ferroviária Tiago Ferreira, hoje avenida Tiago Ferreira no Guarujá, a travessia
das famílias e dos trabalhadores era feita por este tipo de embarcação, de
certo os horários eram ditados pela corrente das marés que até hoje é latente.
Surgiu a motorização e com a crise do petróleo da década de
70 passou-se ao motor de centro movido a diesel.
Uma coisa que não mudou desde a sua chegada, é o sistema de
governadura da porta de leme.
Não sei como é o atual processo de projeto e construção, mas
a pouco tempo os mestres caiçaras carpinteiros montavam uma embarcação em uma
escala bem menor, quase uma maquete, fazia os ajustes necessários, desmontava e
fabricava novas peças em estala maior, a nova montagem era em estaleiro, a
maioria em Bocaina, assim era o nome do local denominado Cidade Dormitório, mas
isto é uma outra história de Santos...
Com o tempo o processo que envolvia principalmente a logística
de transporte aquaviário de banana levou a iniciativa privada impor esforços
para urbanização da região onde hoje há o mercado Municipal. O canal e a bacia
foi um feito surpreendente para época, não se tratava de trabalho de
calceteiros, mas uma obra de cantaria, aparente idealização portuguesa. Agora
apoitando na nova bacia, se impôs uma nova regra, catraios grandes tinham que
operar apenas com maré baixa para evitar impacto em pontilhões rodoviários e
ferroviários.
Hoje todas as catraias do Mercado e da Ponta da Praia são
assoalhadas, possuem escadas, iluminação de navegação, seguem as Normans, pintura
decorativa.
Está é uma história de origem caiçara que ainda não
terminou, quem sabe conseguimos resgatar as antigas, grandes e longas canoas
caiçaras de Santos que faziam mesmo tipo de trabalho a população local ...
__º/º/º/__)_ projeto Circuito Tambor.
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