quarta-feira, 6 de janeiro de 2016





Estes são os catraios, no Brasil chamado em algumas regiões de Catraia, na travessia entre Santos e Guarujá estão já algum tempo operando com a população. Interage mais com a cidade e menos com o município.
No passado para longas distancias já teve velas e forquetes para remos, a muito tempo quando o Mercado Municipal de Santos era do outro lado da bacia do mercado, mais próximo da maré e mesmo antes da bacia e canal de cantaria ser construído os Catraieros apoitavam e faziam negócio naquele local.
Antes da motorização o timoneiro escolhia e definia quem ele levaria em cada viagem de travessia... não podia ser somente mulheres e crianças pois os próprios passageiros é que remavam a comando do patrão. Outro detalhe interessante é que um passageiro era escolhido para recolher o pagamento das passagens de todos passageiros, o escolhido não pagava a passagem.
Quando a cidade de Santos começou a crescer, era em baliçada e se resumia na área entre o pé do morro São Bento, o Outeiro SC, um antigo convento registrado por Calixto e o pé do monte Serrat, a pequena vila não comportava os primeiros habitantes, os novos trabalhadores que vinham de longe e suas famílias. Foi um período de muita dor e muitos óbitos devido condições sanitárias inadequadas. Este cenário deu origem ao que chegaram a chamar de cidade dormitório, uma vila do outro lado do canal do estuário junto a estação ferroviária Tiago Ferreira, hoje avenida Tiago Ferreira no Guarujá, a travessia das famílias e dos trabalhadores era feita por este tipo de embarcação, de certo os horários eram ditados pela corrente das marés que até hoje é latente.
Surgiu a motorização e com a crise do petróleo da década de 70 passou-se ao motor de centro movido a diesel.
Uma coisa que não mudou desde a sua chegada, é o sistema de governadura da porta de leme.
Não sei como é o atual processo de projeto e construção, mas a pouco tempo os mestres caiçaras carpinteiros montavam uma embarcação em uma escala bem menor, quase uma maquete, fazia os ajustes necessários, desmontava e fabricava novas peças em estala maior, a nova montagem era em estaleiro, a maioria em Bocaina, assim era o nome do local denominado Cidade Dormitório, mas isto é uma outra história de Santos...
Com o tempo o processo que envolvia principalmente a logística de transporte aquaviário de banana levou a iniciativa privada impor esforços para urbanização da região onde hoje há o mercado Municipal. O canal e a bacia foi um feito surpreendente para época, não se tratava de trabalho de calceteiros, mas uma obra de cantaria, aparente idealização portuguesa. Agora apoitando na nova bacia, se impôs uma nova regra, catraios grandes tinham que operar apenas com maré baixa para evitar impacto em pontilhões rodoviários e ferroviários.
Hoje todas as catraias do Mercado e da Ponta da Praia são assoalhadas, possuem escadas, iluminação de navegação, seguem as Normans, pintura decorativa.

Está é uma história de origem caiçara que ainda não terminou, quem sabe conseguimos resgatar as antigas, grandes e longas canoas caiçaras de Santos que faziam mesmo tipo de trabalho a população local ... __º/º/º/__)_ projeto Circuito Tambor.

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